domingo, 19 de abril de 2020




ERA VARGAS (1930-1945)


Houve muitos que consideravam um exagero retórico o uso do termo revolução para designar o ocorrido em 1930. Na realidade, segundo esse ponto de vista, a chamada Revolução de 1930, nada  mais teria sido senão um golpe de deslocou do poder de Estado.

Na realidade, segundo esse ponto de vista, a chamada Revolução de 1930 nada mais teria sido senão um golpe que deslocou do poder de Estado um setor da Oligarquia brasileira, para dar lugar a um outro setor dessa mesma oligarquia.

Evidente que a revolução de 1930 não pode ser comparada à Revolução Francesa de 1789 ou à Revolução Russa de 917. Ela não foi programada para produzir imediata e radicais mudanças na estrutura sócio produtiva do páis. Decorreu, sobretudo, do efeito dos limites a que chegou a politica econômica de proteção do café ante à violenta crise do capitalismo mundial

Assim vista, a Revolução de 1930 se inscreve na vaga de instabilidade politica que tomou conta da America latina na década  de 30, a qual produziu grandes agitações e golpes militares no Peru ( 1930 ), e na Argentina ( 1930 ), no Chile ( 1931 ), no Uruguai ( 1933 ) , em Cuba (1933 ) e nas republicas centro americanas, no mesmo período.

O que não significa dizer, no entanto, que a Revolução de 1930 não tenha sido importante para o nosso passado, pelo contrario. A Revolução de 1930 foi decisiva para a mudança do rumo da nossa História do Brasil. Ao afastar do poder os fazendeiros do café, que o vinham controlando desde o governo de Prudentes de Morais, em 1894, pavimentou o caminho para uma significativa reorientação da politica econômica do país.
Tendo cortado o cordão, umbilical que unia o café às decisões governamentais atinentes ao conjunto da economia e da sociedade brasileira, a Revolução ensejou uma dinamização das atividades industriais, até 1930, os impulsos industrialistas derivavam do desempenho das exportações agrícolas
A partir de 1930, a indústria passa a ser o setor mais prestigiado da economia, concorrendo para importantes mudanças na estrutura da sociedade, intensifica-se o fluxo migratório do campo para os centros urbanos mais industrializados, notadamente São Paulo e Rio de Janeiro, que adicionado ao crescimento vegetativo da população, proporciona uma maior oferta de mão - de obra e o aumento de consumo.  Entre 1929 e 1937 a taxa de crescimento industrial foi da ordem de 50% tendo-se verificado, no mesmo período, a criação de 12.232 novos estabelecimentos industrias no país.
Desse modo, independentemente das origens sociais e das motivações mais imediatas dos revolucionários, não há dúvida que a Revolução de 1930 constituiu uma ruptura no processo histórico brasileiro

SIGNIFICADO DA ERA VARGAS:

Getúlio implantou no pais um novo estilo politico - O POPULISMO - e um modelo econômico baseado no intervencionismo estatal objetivando desenvolver um capitalismo industrial nacional,
 ( processo de substituição de importações ) populismo é um fenômeno tipico da América Latina, durante o séc XX, no momento de transição para estruturas econômicas mais modernas. Ele significa " politica de massas ", ou seja politica que utiliza as massas como elemento fundamental nas regras do jogo.
Caracteriza-se pelo contato direto da liderança e o povo. Através dele. Getúlio lutou contra as oligarquias, manteve o povo sob controle assumindo uma imagem paternalista e consolidou a industria dentro de um esquema intervencionista. Não se tratava de povo no governo, mas de manipulação do povo para benefício do próprio líder carismático e das elites possuidoras.

GOVERNO PROVISÓRIO ( 1930 - 1934 )

A revolução constitucionalista de São Paulo ( 1932 ), a pretexto de democratizar e constitucionalizar o país, os cafeicultores paulistas tentaram voltar ao poder, foram duramente reprimidos. Getúlio Vargas , numa atitude claramente populista, concilia-a-se com os vencidos, nomeia paulistas para cargos importantes do governo e mantém a politica de valorização do café.

  A constituição de 1934: inspirada na constituição democrática de Weimar (Alemanha), a 3ª constituição brasileira foi promulgada com as seguintes características: federalismo, eleições diretas (a partir de 38 - até lá Vargas seria o presidente) e secretas, voto feminino, representação classista no congresso e leis sociais (salário mínimo e legalização dos sindicatos). Apesar dos avanços, ela não tocou na estrutura agrária e nem regulou as leis sociais o que impedia sua aplicação. Governo constitucional ( 1934 - 1937 )

A "Intentona" comunista (1935) As contradições sociais aguçadas com o desenvolvimento industrial fortaleceram o partido comunista. O objetivo do PC era criar aliança com os setores mais progressistas da sociedade por isso criou a Aliança Nacional Libertadora (ANL) com  um programa nacionalista, antifascista e democrático.
Com a repressão de Getúlio Vargas a ANL, os comunistas passaram a preparar uma insurreição armada. Devido a não participação popular, a intentona terminou em uma " quartelada" fracassada liderada por Julio Prestes. Os dois anos que se seguiram foram marcados pelo fechamento politico ( estado de sítio ) que pronunciava a ditadura que se iniciara em 1937.

A ascensão da ideologia fascista: A ação integralista brasileira (AIB), liderada por Plínio Salgado, foi a expressão típica do modelo fascista no Brasil. Propunha o culto ao seu líder e uma retórica agressiva anticomunista e nacionalista. O integralismo apoiou entusiasticamente o Golpe de 37, no entanto, Vargas não dividiu os privilégios do poder com a AIB  

O plano COHEN: Em determinado momento o governo anunciou ter descoberto umplano comunista sibversivo e o utilizou para dar o golpe de estado em 1937 cancelando as eleições de 1938. Na verdade, o plano era falso e foi apenas o pretexto para a ditadura iniciava-se o ESTADO NOVO. 

O Estado Novo ( 1937 - 1945 ) 
A constituição de 1937 ( a polaca ) outorgada e fascista, estabelecia que o presidente teira o poder nas mãos enquanto não convocasse um plebiscito para aprová-la ( o que não aconteceu ). 
 A ditadura: Os partidos foram suprimidos, o legislativo suspenso, a censura estabelecida pelo departamento de imprensa e propaganda ( DIP ), centralizaram-se as funções administrativas através do departamento de administração do serviço publico (DASP), as liberdades civis deixaram de existir

A economia : Aprofundamento da industrialização através do processo de substituição de importações nos setores de bens de consumo não duráveis ( tecidos e alimentos ) e principalmente dos bens intermediários  ( metalurgia e siderurgia). O estado arcou com o ônus da industrialização numa demostração de nacionalismo econômico: foram criados a Vale do Rio Doce, a siderúrgica Nacional e o Conselho Nacional de Petróleo ( nacionalização do refino não a estatização ).
A questão social : Criou-se o salario minimo (1940), a consolidação das leis do trabalho 
(1943) e os sindicatos passaram a ser controlados pelo ministério do trabalho. Deixava-se claro a combinação entre paternalismo estatal e fascismo. O estado a controlar as relações entre capital e trabalho ( corporativismo) 

A 2ª Guerra Mundial e a Queda de Getúlio Vargas: até 1941, o Brasil manteve-se neutro na gerra declarada simpatia pelos fascistas, em 1943, porém a ajuda americana para a construção da Usina de Volta Redonda foi decisiva para que Vargas declarasse guerra ao EIXO. A contradição entre a politica externa e a realidade interna do regime se torna patente forçando a abertura do regime.
 A abertura aconteceu em 1945: surgiram partidos políticos como a UDN ( burguesia financeira Urbana ligada ao capital estrangeiro ), o PSD ( oligarquia agrária ), o PTB ( criado  por Vargas  - massa operarias citadinas), o PCB ( intelectualidade ).
Ao mesmo tempo, Getúlio Vargas adotava um discurso cada vez mais nacionalistas e articulava o movimento QUEREMISTAS, favorável a sua permanência nos cargos. Em 1945, o exercito derrubou o presidente evitando o continuísmo.

sexta-feira, 27 de julho de 2018

Dicionário da escravidão e liberdade: 50 textos críticos eBook Kindle
por Lilia Moritz Schwarcz (Editor),‎ Flávio dos Santos Gomes (Editor)


Para comemorar criticamente os 130 anos da abolição da escravidão, cinquenta textos dos maiores especialistas no tema. Um panorama abrangente de como a escravidão se enraizou perversamente em nosso cotidiano.

"A meia centena de ensaios concisos que Lilia Moritz Schwarcz e Flávio dos Santos Gomes reuniram neste volume, com título e intenção de ser um dicionário temático, mostra a grande quantidade de faces que compõem o que é um poliedro em movimento. Cada um desses textos convida a novos textos, a novas pesquisas, a aprofundamentos, a novas comparações e a contestações. 
Não faltam neste livro parágrafos sobre a espera, a busca e a obtenção da liberdade. Sobre a liberdade como antônimo de escravidão, mas que com ela coexiste para a ela se opor. Se estes ensaios nos dizem que o passado é sem esperança de conserto, eles não nos deixam esquecer que não há sombra sem luz."

Do prefácio de Alberto da Costa e Silva

Sobre o Autor

LILIA MORITZ SCHWARCZ é professora titular no Departamento de Antropologia da USP e Global Scholar na Universidade de Princeton. É autora de, entre outros livros, O espetáculo das raças (Companhia das Letras, 1993, e Farrar Strauss & Giroux, 1999), As barbas do imperador (1998, prêmio Jabuti/Livro do Ano, e Farrar Strauss & Giroux, 2004), O sol do Brasil (2008, prêmio Jabuti/Biografia 2009), Brasil: Uma biografia (com Heloisa Murgel Starling; Companhia das Letras, 2015, indicado ao prêmio Jabuti/Ciências Humanas) e Lima Barreto: Triste visionário (Companhia das Letras, 2017). 

FLÁVIO DOS SANTOS GOMES é professor da UFRJ, atuando também nos programas de pós-graduação em história comparada (UFRJ) e história (UFBa). Foi agraciado duas vezes com o Premio Literario Casa de las Américas, do Instituto Casa de las Américas (Cuba), sendo menção honrosa em 2006 (pelo livro A hidra e os pântanos) e o vencedor em 2011 (pelo livro O alufá Rufino, em coautoria com João José Reis e Marcus Joaquim de Carvalho). Tem publicado dezenas de livros, coletâneas e artigos em periódicos nacionais e estrangeiros, atuando na área de Brasil colonial e pós-colonial, escravidão, Amazônia, fronteiras e campesinato negro.

terça-feira, 19 de junho de 2018

Postagem 63
A Aprendizagem Histórica E os Professores de História

Editora: Appris Editora
Autor: Marcos Roberto Barbosa


SINOPSE:

Este livro analisa e discute questões que dizem respeito à aprendizagem Histórica e apresenta perspectivas metodológicas de professores de história, que estão no inicio da carreira de docente
e que atuam numa conjuntura de mudanças no que tange às funções e às finalidades do ensino de História em nossa sociedade. De formador de uma identidade que visava promover o sentimento nacional nos cidadãos.
O ensino de História tem se preocupado com a formação de uma identidade fragmentada em subgrupos que procura reforça a autonomia pessoal e a individualidade. Essas mudanças pedem outros métodos e encaminhamentos que possam viabilizar uma aprendizagem Histórica significativa no contexto escolar. Nesse sentido: as discussões mais atentas tem refletido a respeito da necessidade de formação do pensamento histórico dos estudantes e o conceito de consciência histórica  tem procurado atender a essa demanda por formação do pensamento histórico, pois possibilita a criação de indenidade por meio do exercício narrativo de identificar a vida nos fluxos do tempo.

Os capítulos deste livro procuram situar essas questões tendo como referência as prescrições curriculares, focalizando como estes documentos entendem a aprendizagem Histórica. E o que sugerem no que diz respeito aos encaminhamentos metodológicos para o trabalho pedagógico dos professores com os conteúdos no contexto da sala de aula. Esta obra procura demostrar como professores com os conteúdos no contexto    da sala de aula.

Esta obra procura demostrar como professores iniciantes de História se organizam em temas metodológicos. Neste desafio de promover uma aprendizagem Histórica significativa e que dê conta de atender as atuais demandas para o Ensino de História.






quinta-feira, 14 de junho de 2018

postagem 62

Brasil colônia

O período colonial brasileiro é o mais extenso, são 322 anos desde o desembarque de Pedro Alvares  Cabral ao sul da costa da futura cidade de Porto Seguro ( fundada em 1534 ).

Colonização lucrativa

Extenso e distante, o Brasil era um desafio administrativo para os portugueses, mas a metrópole impôs uma rentável politica econômica que transferiu as riquezas da colônia para seus cofres.

O Brasil é um país que possui grande extensão territorial (8.514.876 Km2), sendo considerado um país continental. Essa grande área já passou por diversas divisões administrativas. O Tratado de Tordesilhas (1494) foi o primeiro responsável por uma divisão no território que hoje corresponde ao Brasil, na qual a porção leste ficou sob domínio de Portugal e a porção oeste pertencendo à Espanha. 

Outra divisão ocorreu com as Capitanias Hereditárias (1534), que consistiu na fragmentação do território brasileiro em quinze faixas de terra. Numa alternativa de administração territorial, o império português disponibilizou a algum membro da corte que fosse de confiança do Rei, uma das capitanias. Os donatários deveriam governar e promover o desenvolvimento da capitania na qual se tornasse responsável.

A primeira divisão politica 



capitanias que prosperaram

As capitanias de Pernambuco (Donatários: Duarte Coelho Pereira, o primeiro(1534-1554) o último Luís do Rego Barreto (1817-1821)). E a outra capitania e a de São Vicente (Donatários:Martim Afonso de Sousa, o primeiro(1533-1571) e Antônio Carneiro de Sousa, o último (1708-1753)

No aspecto produtivo, o país conheceu no período dois grandes ciclos econômicos, o ciclo do açúcar e o ciclo da mineração, sendo que cada um deles iria moldar de certa forma o processo de ocupação das regiões do país. O caso do açúcar foi responsável pela ocupação da região Nordeste, e o caso dos metais preciosos, pela ocupação das regiões do Sudeste brasileiro e demais localidades no interior do país.

No período foi marcante também a relação dos portugueses com os indígenas, resultando em assimilação, dispersão e genocídio. Situação parecida sofreram os africanos escravizados que vieram para o país para trabalharem nas lavouras e minas da colônia.

Inúmeras guerras também foram travadas nesse período, seja internamente, com tribos indígenas ou revoltas populares, ou mesmo com outras nações que tentaram ocupar partes dos territórios portugueses, como os franceses e os holandeses.

A distinta origem dos grupos étnicos que deram origem à população brasileira resultou também em uma rica expressão cultural, como pode ser visto na música e nas danças. A Igreja Católica também teve contribuição sobre esse aspecto cultural, em virtude, sobretudo, do controle que tinha sobre a educação e os comportamentos sociais.

segunda-feira, 4 de junho de 2018

postagem 59

Do feudalismo ao capitalismo



Por volta do século XII, com a desintegração do feudalismo, começa a surgir um novo sistema econômico, social e político: o capitalismo. A característica essencial do novo sistema é o fato de, nele, o trabalho ser assalariado e não servil, como no feudalismo. Outros elementos típicos do capitalismo: economia de mercado, trocas monetárias, grandes empresas e preocupação com lucro.
O capitalismo surge com o desenvolvimento do comércio, depois das primeiras Cruzadas. Foi se formando aos poucos durante o período final da Idade Média e só atingiu toda a Europa depois do século XVI. A partir daí evoluiu até os nosso dias, passando por etapas bem características: pré-capitalismo, capitalismo comercial, capitalismo industrial e a etapa atual é chamada capitalismo financeiro.

Da Idade Média até hoje, o capitalismo passou por quatro fase diferentes, cada uma com características próprias, mais isso não quer dizer que uma eliminou a outra, mas, que ficou em destaque, em maior evidencia, mesmo porque não é homogeneo a transição em todos os lugares.
A primeira, chamada pré-capitalismo, corresponde ao período de formação desse sistema. Nessa época - séculos XII a XV, aproximadamente - já existiam características gerais do capitalismo, mas o trabalho assalariado ainda não estava generalizado.
No início o capitalismo foi comercial. Entre XV e XVIII, aproximadamente, o trabalho assalariado já estava generalizado e a atividade comercial suplantara a agrícola e a industrial.
A Revolução Industrial provoca a terceira etapa do desenvolvimento do sistema capitalista, agora com a supremacia da atividade industrial. Essa nova fase, chamada capitalismo industrial. surgiu na Inglaterra, no século XVIII, e foi, aos poucos, se estendendo ao resto do mundo, no Brasil, por exemplo, a industrialização data de meados do século XX. AINDA HOJE HÁ NAÇÕES QUE NÃO PASSARAM PELA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL, vivendo em geral na agricultura.
A etapa atual (predominante) do capitalismo, nos países em que ele mais se desenvolveu, é chamada capitalismo financeiro. Nele, industria, comércio, agricultura e pecuária dependem dos empréstimos bancários. É a hegemonia da atividade bancária.

15oo a chegada dos portugueses

Entre o final do século XV e o inicio do século XVI, a população mundial situava-se , segundo algumas estimativas, em torno de quatrocentos milhões de habitantes, cerca de dois terços dessa população concentrava-se na ÁSIA e na EUROPA. 

Eram regiões de intensa atividade agrícola, manufatureira e mercantil, onde se destacavam, por exemplo , o uso do arado no campo, o câmbio de moedas e títulos financeiros e as operações comerciais entre mercados distantes e diferenciados.

Em outros continentes, como a América e a África, as manufaturas em argila, madeira e metais conviviam com o cultivo manual e a coleta florestal.

Hoje, no limiar do século XXI, a população mundial passa de seis bilhões de pessoas. Em muitos países , o arado deu lugar a tratores e colheitadeiras, O comercio internacional movimentava diariamente milhões de toneladas de mercadorias e bilhões de dólares.

A informação e as redes mundias de computadores anulam as distancias, aproximando as sociedades e integrando os mercados num mundo econômica e culturalmente cada vez mais globalizado.  

Essas mudanças, aceleradas no último meio século, já se esboçaram quinhentos anos atrás, no avanço do capitalismo sobre o feudalismo, na aproximação dos mercados, das sociedades e das culturas. Esse longo processo, que moldou o mundo contemporâneo, teve seu grande centro de irradiação na Europa ocidental.