quinta-feira, 15 de junho de 2017

Os Maias

postagem 55

 minissérie brasileira

 Os Maias é uma minissérie brasileira exibida pela Rede Globo entre 9 de janeiro e 23 de março de 2001, em 44 capítulos.
Todos os direitos reservado à Rede Globo.
Adaptada
do romance homônimo de Eça de Queiroz, foi escrita por Maria Adelaide
Amaral, João Emanuel Carneiro e Vincent Villari e dirigida por Emílio di
Biasi e Del Rangel, unindo tramas e elementos de outro romance de Eça, A
Relíquia, tendo direção geral e núcleo de Luiz Fernando Carvalho.
Foi reprisada no Canal Viva de 6 de março a 2 de maio de 2012, substituindo Dona Flor e Seus Dois Maridos.


Resumo da obra "Os Maias" de Eça de Queirós

   

      A acção de "Os Maias" passa-se em Lisboa, na segunda metade do séc. XIX. Conta-nos a história de três gerações da família Maia.
      A acção inicia-se no Outono de 1875, altura em que Afonso da Maia, nobre e rico proprietário, se instala no Ramalhete. O seu único filho – Pedro da Maia – de carácter fraco, resultante de um educação extremamente religiosa e proteccionista à portuguesa, casa-se, contra a vontade do pai, com a filha de um antigo negreiro, Maria Monforte, de quem tem dois filhos – um menino e uma menina. Mas a esposa após conhecer Tancredo, um príncipe italiano que Pedro alvejara acidentalmente enquanto caçava, acabaria por o abandonar para fugir com o Napolitano, levando consigo a filha, de quem nunca mais se soube o paradeiro. O filho – Carlos da Maia – viria a ser entregue aos cuidados do avô, após o suicídio de Pedro da Maia, devido ao desgosto da fuga da mulher que tanto amava.

      Carlos passa a infância com o avô, recebendo uma educação rígida. Principalmente direccionada à educação e só depois à religião. Forma-se depois, em Medicina, em Coimbra. Carlos regressa a Lisboa, ao Ramalhete, após a formatura, onde se vai rodear de alguns amigos, como o João da Ega, Alencar, Damaso Salcede, Palma de Cavalão, Euzébiozinho, o maestro Cruges, entre outros. Seguindo os hábitos dos que o rodeavam, Carlos envolve-se com a Condessa de Gouvarinho, que depois irá abandonar. Um dia fica deslumbrado ao conhecer Maria Eduarda, que julgava ser mulher do brasileiro Castro Gomes. Carlos segue-a algum tempo sem êxito, mas acaba por conseguir uma aproximação quando é chamado por ela, para visitar, como médico, a  sua governanta que adoecera. Começam então os seus encontros com Maria Eduarda, visto que Castro Gomes estava ausente. Carlos chega mesmo a comprar uma casa onde instala a amante.
Castro Gomes descobre o sucedido e procura Carlos, dizendo que Maria Eduarda não era sua mulher, mas sim sua amante e que, portanto, podia ficar com ela.




Entretanto, chega de Paris um emigrante, que diz ter conhecido a mãe de Maria Eduarda e que a procura para lhe entregar um cofre desta que, segundo ela lhe dissera, continha documentos que identificariam e garantiriam para a filha uma boa herança. Essa mulher era Maria Monforte – a mãe de Maria Eduarda era, portanto, também a mães de Carlos. Os amantes eram irmãos.
      Contudo, Carlos não aceita este facto e mantém abertamente, a relação – incestuosa – com a irmã, sem que esta saiba que são irmãos. Afonso da Maia, o velho avô, ao descobrir que Carlos, mesmo sabendo que Maria Eduarda é sua irmã, continua com a relação, morre de desgosto.
      Ao tomar conhecimento, Maria Eduarda, agora rica, parte para o estrangeiro; e Carlos, para se distrair, vai correr o mundo.
      O romance termina com o regresso de Carlos a Lisboa, passados 10 anos, e o seu reencontro com Portugal e com Ega, que lhe diz: - "Falhámos a vida, menino!".


 

segunda-feira, 12 de junho de 2017

postagem 54



HISTÓRIA DA VIDA PRIVADA NO BRASIL (VOLUME 1)
Vários autores
Laura de Mello e Souza (Org.)
Fernando A. Novais (Org.)
 
 
 
 Os três primeiros séculos da vida nacional, desde a chegada dos portugueses às costas brasileiras até a instalação da corte de dom João VI no Rio de Janeiro.
A organização do volume é de Laura de Mello e Souza. 
 
 
A Coleção História da vida privada no Brasil, em quatro volumes, tem por objetivo descrever e analisar os costumes, hábitos e modos de ser dos brasileiros ao longo de quase cinco séculos, dos primórdios da colonização portuguesa aos dias de hoje. Os nove artigos deste primeiro volume focalizam detalhes do dia-a-dia dos nossos antepassados: o que e como comiam; onde dormiam; que educação recebiam; o cotidiano dos escravos; as viagens pelo interior; como se sabia a hora; os hábitos de higiene; a vida nas cidades: como se namorava, noivava e casava; como se nascia e como se morria.
História da vida privada no Brasil traz um Brasil visto de perto, ano a ano, hora a hora, descrevendo uma gente que deixava de ser portuguesa, africana, imigrante para se tornar brasileira.

Sumário

Prefácio - Fernando A. Novais
1. Condições da privacidade na colônia - Fernando A. Novais
2. Formas provisórias de existência: a vida cotidiana nos caminhos, nas fronteiras e nas fortificações - Laura de Mello e Souza
3. Famílias e vida doméstica - Leila Mezan Algranti
4. Cotidiano e vivência religiosa: entre a capela e o calundu - Luiz Mott
5. Moralidades brasílicas: deleites sexuais e linguagem erótica na sociedade escravista - Ronaldo Vainfas
6. Ritos da vida privada - Mary del Priore
7. O que se fala e o que se lê: língua, instrução e leitura - Luis Villalta
8. A sedução da liberdade: cotidiano e contestação política no final do século XVIII - István Jancsó

Prêmio Jabuti 1998 de Melhor Livro de Ciências Humanas
 
Título original: HIST. VIDA PRIVADA BR VL.1 Capa: Hélio de Almeida
Páginas: 560

 
HISTÓRIA DA VIDA PRIVADA NO BRASIL (VOLUME 2)
Vários autores
Luiz Felipe de Alencastro (Org.)
Fernando A. Novais (Org.)
 
 
 
Uma história da privacidade e das práticas cotidianas dos brasileiros do século XIX. Numa abordagem inovadora, desvendam-se os mecanismos da moderna sociedade e a dinâmica da formação nacional.
A organização do volume é de Luiz Felipe de Alencastro. 
 
Apresentação 
 
 A propagação das modas européias, as relações entre os senhores e os escravos, os modos de vida dos migrantes e novos imigrantes europeus, as posses e as angústias familiares dos senhores de engenho são os temas de alguns dos oito ensaios dessa obra. Destaque para o Rio de Janeiro, que desfrutou no século XIX de uma preeminência jamais igualada por outra cidade brasileira, para as dezenas de ilustrações, muitas extraídas da ágil imprensa nacional, e para as fotografias da época.

Sumário

Introdução. Modelos da história e da historiografia imperial - Luiz Felipe de Alencastro
1. Vida privada e ordem privada no Império - Luiz Felipe de Alencastro
2. O cotidiano da morte no Brasil oitocentista - João José Reis
3. A opulência na província da Bahia - Katia M. de Queirós Matoso
4. Imagem e auto-imagem do Segundo Reinado - Ana Maria Mauad
5. Senhores e subalternos no Oeste paulista - Robert W. Slenes
6. Caras e modos dos migrantes e imigrantes - Luiz Felipe de Alencastro e Maria Luiza Renaux
7. Laços de família e direitos no final da escravidão - Hebe M. Mattos de Castro
8. O fim das casas-grandes - Evaldo Cabral de Mello
Epílogo - Luiz Felipe de Alencastro
 
ficha técnica
 
 
 
 
HISTÓRIA DA VIDA PRIVADA NO BRASIL (VOLUME 3)
 

Cobrindo desde o final do século XIX às primeiras décadas do século XX, os artigos deste livro estudam os efeitos da ativação econômica e das inovações tecnológicas na conformação de novas práticas e hábitos na sociedade brasileira, tais como sair de férias ou escovar os dentes.A organização do volume é de Nicolau Sevcenko. 
 
Apresentação 
 
 Escovar os dentes, jogar a caneta fora quando a tinta acaba, ir ao cinema, lavar a própria louça ou remunerar uma empregada doméstica para fazer isso, tomar refrigerante gelado, jogar futebol, acender o cigarro da namorada... A Coleção História da vida privada no Brasil chega ao século XX.
As amplas transformações tecnológicas do final do século XIX, o declínio do Império, a emancipação dos escravos, o advento do regime republicano, a chegada dos grandes contingentes de imigrantes vindos de todas as partes do mundo, as migrações internas, o adensamento populacional nas cidades: nunca antes houve tantas mudanças em tão pouco tempo. Os sete capítulos de República: da Belle Époque à era do rádio, terceiro volume da Coleção História da vida privada no Brasil, focalizam as novas práticas e hábitos de consumo surgidos em meio a essas mudanças.

Sumário

Introdução. O prelúdio republicano, astúcias da ordem e ilusões do progresso - Nicolau Sevcenko
1. Da escravidão à liberdade: dimensões de uma privacidade possível - Maria Cristina Cortez Wissenbach
2. Habitação e vizinhança: limites da privacidade no surgimento das metrópoles brasileiras - Paulo César Garcez Marins
3. Imigrantes: a vida privada dos pobres do campo - Zuleika Alvim
4. A dimensão cômica da vida privada na República brasileira - Elias Thomé Saliba
5. Recônditos do mundo feminino - Marina Maluf e Maria Lúcia Mott
6. Cartões-postais: álbuns de família e ícones da intimidade - Nelson Schapochnick
7. A capital irradiante: técnica, ritmos e ritos do Rio - Nicolau Sevcenko

 
 
HISTÓRIA DA VIDA PRIVADA NO BRASIL (VOLUME 4)
Vários autores
Lilia Moritz Schwarcz (Org.)
 
 
Doze ensaios que refletem a interdisciplinaridade da equipe de autores e abordam temas como violência, imigração, relações entre política e vida privada, organização familiar e preconceito racial no Brasil a partir de 1930. Último volume da coleção.A organização do volume é de Lilia Moritz Schwarcz. 
 
Apresentação  
 
 
Este volume encerra a Coleção História da vida privada no Brasil, projeto que se tornou um marco editorial no país e que foi viabilizado, no plano empresarial, por uma parceria consistente entre a White-Martins e a Companhia das Letras. No plano acadêmico, o projeto aglutinou intelectuais de diferentes campos de conhecimento, ampliando a ressonância de pesquisas isoladas e propiciando um diálogo mais rico entre elas.
Com o subtítulo Contrastes da intimidade contemporânea, esta coletânea investiga certos contornos que o Brasil adquiriu a partir de 1930. Acompanhados de farto material iconográfico e refletindo a interdisciplinaridade da equipe, são doze ensaios que exploram temas como violência, imigração, relações entre política e vida privada, organização familiar e preconceito racial, entre outros.

Sumário

Introdução. Sobre semelhanças e diferenças - Lilia Moritz Schwarcz
1. Imigração: cortes e continuidades - Boris Fausto
2. As figuras do sagrado: entre o público e o privado - Maria Lucia Montes
3. Nem preto nem branco, muito pelo contrário: cor e raça na intimidade - Lilia Moritz Schwarcz
4. Para não dizer que não falei de samba: os enigmas da violência no Brasil - Alba Zaluar
5. Carro-zero e pau-de-arara: o cotidiano da oposição de classe média ao regime militar - Maria Hermínia Tavares de Almeida e Luiz Weis
6. Arranjos familiares no Brasil: uma visão demográfica - Elza Berquó
7. Diluindo fronteiras: a televisão e as novelas no cotidiano - Esther Hamburger
8. A política brasileira em busca da modernidade: na fronteira entre o público e o privado - Angela de Castro Gomes
9. Capitalismo tardio e sociabilidade moderna - João Manuel Cardoso de Mello e Fernando A. Novais
10. A vida privada nas áreas de expansão da sociedade brasileira - José de Souza Martins
Considerações finais. Brasil: o tempo e o modo - Lilia Moritz Schwarcz, Laura de Mello e Souza e Fernando A. Novais

Ficha Técnica 
 
 
 
 

 

Casarões e Antigas Fazendas do Tempo do Brasil Império (1)

postagem 53



Música - ENCONTRO- autor José Carlos Arantes


NOMES DOS CASARÕES E FAZENDAS Obs: Os nomes e datas das Fazendas, podem não ser precisas (fonte google)


0:10
Fazenda Boa Vista Bananal -- SP, de 1780, onde foram gravadas varias
novelas entre elas, Cabocla e Sinhá moça ( seg. versão)
0:34 Fazenda dos Coqueiros - Bananal SP, de 1855, onde foram gravadas cenas da novela Sinhá moça (seg. versão)
0:52 Fazenda da Cachoeira - Bananal SP, meados do séc. XIX,
0:56 Fazenda Cantagalo - Valença RJ, séc. XIX
1:00 Fazenda Resgate -- Bananal SP, datada de 1828
1:04 Fazenda Santa Maria - Barra do Piraí RJ séc. XIX, hoje Hotel Fazenda Arvoredo
1:07 Fazenda Boa Vista - Paraíba do Sul RJ, séc. XIX
1:11 Fazenda Paineiras - Bananal SP, séc. XIX
1:15 Fazenda Penedo - Itatiaia RJ, séc. XIX
1:19 Fazenda Independência - Bananal SP, data 1822




1:23 Fazenda Santa Clara - Santa Rita de Jacutinga, data 1856.
1:26 Fazenda São Luiz - Valença RJ, meados metade do séc. XIX,
1:30 Fazenda Santana do Turvo - Barra mansa RJ, por volta de 1826.
1:33 Fazenda 2 córregos SP, provavelmente meados do séc. XlX
1:37 Fazenda São Joaquim das Ipiabas - Barra do Piraí RJ, por volta de 1820.
1:41 Fazenda da Taquara - Barra do Piraí RJ, provavelmente na década de 1830.
1:46 Fazenda da Conceição - Petrópolis RJ, final do século XVIII
1:48 Fazenda Ponte Alta - Barra do Piraí RJ, por volta de 1830
1:52 Fazenda da Cachoeira - Porto das Flores -- MG, data desconhecida
1:56 Fazenda amarela MG, época de construção, no final do sec. XlX
2:00 Fazenda Florença RJ, construída em 1852
2:04 Fazenda União - localizada em Rio das Flores RJ, é datada de 1836
2:07 Fazenda Pau Grande - Paty de Alferes RJ, construída no começo do século XVII
2:11 Fazenda da Posse - Barra Mansa RJ, datada de 1768




2:15 Fazenda Primavera - Barra Mansa RJ, final do século XIX
2:19 Fazenda Santa Gertrudes - Limeira SP, por volta de 1848
2:22 Fazenda do Sossego - Paraíba do Sul RJ, do século XIX
2:26 Fazenda Três Barras - Bananal SP, final do sec. XVlll ou inicio do sec. XlX
2:29 Fazenda Pau d'Alho - São José do Barreiro SP, por volta de 1817
2:33 Fazenda Ponte Alta - Barra do Piraí RJ, por volta de 1830
2:37 Fazenda Ponte Alta - Barra do Piraí RJ, por volta de 1830
2:41 Fazenda das Palmeiras - São José do Barreiro SP, por volta 1817
2:46 Fazenda São Pedro do Rochedo - Valença RJ, século XIX
2:49 Fazenda Boa Esperança - Resende RJ, século XIX
2:52 Fazenda São Joaquim da Grama - Rio Claro RJ, século XIX
2:56 Fazenda União - localizada em Rio das Flores RJ, é datada de 1836
3:00 Fazenda Chacrinha - Valença RJ, século XIX
3:03 Fazenda São Lucas - Barra Mansa RJ, fim do século XIX
3:07 Fazenda Grataú - Angra dos Reis RJ, do séc.XlX
3:11 Fazenda Babilônia - Resende RJ, século XIX
3:15 Fazenda Três Saltos - Pinheiral RJ, 2ª década do séc. XIX
3:18 Fazenda Villa-Forte - Resende RJ, datada do século XVlll
3:22 Fazenda da prosperidade - Barra do Pirai RJ, fundada entre1820 e 1830
3:26 Fazenda Cachoeira Grande - Vassouras RJ, século XIX
3:34 Fazenda Paraíso -Rio das Flores RJ, início do sec. XlX
3:37 Fazenda do Castelo - Resende RJ, Construída em 1836
3:41 Fazenda Conceição -- Além Paraíba MG, data desconhecida
3:46
Fazenda Santo Inácio - Rio das Flores RJ, erguida em 1830, com nome de
"Santo Antônio da Paciência" por 10 anos, após ser vendida recebe nome
atual.
3:49 Fazenda Mulungu Vermelho (antiga São Francisco) Vassouras, datada de 1831.
3:52 Fazenda da Cachoeira - Porto das Flores, Belmiro Braga, MG, data desconhecida
3:56 Fazenda em Caeté (MG), data desconhecida
4:00 Velha Fazenda MG, data desconhecida
4:04 Desconhecida
4:07 Fazenda Penedo - Itatiaia RJ, século XIX
4:11 Fazenda Santa Lidia - Piquete SP, século XIX
4:15 Fazenda da Vargem -Nova Era/MG, na primeira metade do século XIX
4:19 Desconhecida
4;22 Fazenda Vila Rica -- Campinas SP, construída em 1860
4:26 Fazenda Engenho Novo - São Gonçalo -- RJ, inicio do sec. XlX




4:30 Fazenda Roças Velhas.- Roças Velhas Cariacica-ES, data desconhecida
4:34 Fazenda Cachoeira - Volta Redonda RJ, data desconhecida
4:37 Fazenda da Cachoeira - Valença RJ, primeira metade do século XIX
4:41 Fazenda Bocaina - Barra Mansa RJ, primeiras décadas do século XIX
4:45 Fazenda Boa Vista - Paraty RJ, construído em 1854
4:49 CASARAO-DA-FAZENDA-EM-ALEGRIA-MINAS-GERAIS

O BRASIL POR EDUARDO BUENO - Proclamação da República

postagem 52

Uma cena estranha antecedeu a Proclamação da República em 15 de novembro de 1889. Na madrugada daquele dia, Marechal Deodoro da Fonseca, doente e de pijamas, deixou seu quarto às pressas para liderar a derrubada do Visconde do Ouro Preto do poder. Deodoro garantiu que a República estava feita, mas não era verdade, já que ele mesmo a proclamou provisoriamente.
 Proclamação da República
Proclamação da República, um golpe liderado por militares.

A proclamação do regime republicano brasileiro aconteceu em decorrência da crise do poder imperial, ascensão de novas correntes de pensamento político e interesse de determinados grupos sociais. Aos fins do Segundo Reinado, o governo de Dom Pedro II enfrentou esse quadro de tensões responsável pela queda da monarquia.



Mesmo buscando uma posição política conciliadora, Dom Pedro II não conseguia intermediar os interesses confiantes dos diferentes grupos sociais do país. A questão da escravidão era um dos maiores campos dessa tensão político-ideológica. Os intelectuais, militares e os órgãos de imprensa defendiam a abolição como uma necessidade primordial dentro do processo de modernização sócio-econômica do país.

Podemos destacar a importância do processo de industrialização e o crescimento da cafeicultura enquanto
fatores de mudança sócio-econômica. As classes médias urbanas e os cafeicultores do Oeste paulista buscavam ampliar sua participação política através de uma nova forma de governo. Ao mesmo tempo, os militares que saíram vitoriosos da Guerra do Paraguai se aproximaram do pensamento positivista, defensor de um governo republicano centralizado. Além dessa demanda por transformação política, devemos também destacar como a campanha abolicionista começou a divulgar uma forte propaganda contra o regime monárquico. Vários entusiastas da causa abolicionista relacionavam os entraves do desenvolvimento nacional às desigualdades de um tipo de relação de trabalho legitimado pelas mãos de Dom Pedro II. Dessa forma, o fim da monarquia era uma opção viável para muitos daqueles que combatiam a mãode obra escrava.


No ano de 1888, a abolição da escravidão promovida pelas mãos da princesa Isabel deu o último suspiro à
Monarquia Brasileira. O latifúndio e a sociedade escravista que justificavam a presença de um imperador enérgico e autoritário, não faziam mais sentido às novas feições da sociedade brasileira do século
XIX. Os clubes republicanos já se espalhavam em todo o país e naquela mesma época diversos boatos davam conta sobre a intenção de Dom Pedro II em reconfigurar os quadros da Guarda Nacional.

A ameaça de deposição e mudança dentro do exército serviu de motivação suficiente para que o Marechal Deodoro da Fonseca agrupasse as tropas do Rio de Janeiro e invadisse o Ministério da Guerra. Segundo alguns relatos, os militares pretendiam inicialmente exigir somente a mudança do Ministro da Guerra. No entanto, a ameaça militar foi suficiente para dissolver o gabinete imperial e proclamar a República.

 O golpe militar promovido em 15 de novembro de 1889 foi reafirmado com a proclamação civil de integrantes do Partido Republicano, na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. Ao contrário do que aparentou, a proclamação foi consequência de um governo que não mais possuía base de sustentação política e não contou com intensa participação popular. Conforme salientado pelo ministro Aristides Lobo, a proclamação ocorreu às vistas de um povo que assistiu tudo de forma bestializada.

indicações de livros


Os Bestializados: o Rio de Janeiro e a República Que Não Foi

José Murilo de Carvalho 
Companhia das Letras


 1888: Abolição do trabalho escravo. 1889: Proclamação da República.

Neste livro, José Murilo de Carvalho convida-nos a revisitar o Rio de Janeiro em
suas primeiras encenações como Capital Federal. Cidade Maravilhosa, se
acrescentarmos ao belo, o terrível; ao cômico, o trágico; à lógica, a
loucura.

Cidade mais que imperfeita, palco de políticas oficiais e invisíveis, de enredos conhecidos e mistérios insolúveis.

História social e literária, antropologia urbana, crítica cultural, análise política: o autor atravessa com brilho todos esses campos para reconstruir de forma originalíssima os impasses de uma República nascente, que teimam em perturbar ainda o sono das elites brasileiras.

Os Bestializados de ontem e de hoje são a face oculta de nosso modernismo: a cidade permaneceu alheia e atônita, buscando perdidamente seus cidadãos.



sexta-feira, 9 de junho de 2017

O BRASIL POR EDUARDO BUENO - Roubo, Mas Faço

postagem 51


 Você já deve ter escutado a expressão "Roubo, mas faço", mas você sabe
quem inaugurou a prática no Brasil? Anote este nome: Mem de Sá. Quando
ele chegou na Bahia, em 1557, precisou colocar ordem na casa e executou
essa tarefa com primor. Contudo, ao morrer, em 1572, ele era o homem
mais rico da colônia. Teria nosso desembargador passado a mão no
dinheiro da Coroa?

Mem de Sá foi um dos mais importantes governadores
gerais durante o período colonial, de forma que administrou a colônia no
período de quinze anos (1558 a 1572).

 Resultado de imagem para mem de sá

Biografia

Mem de Sá nasceu em Coimbra, Portugal, por volta de
1500. Descendente de família nobre portuguesa, cursou Direito na
Universidade de Salamanca (Espanha), se formando em 1528. Exerceu a
profissão de juiz e diversos cargos políticos, desde governador de
Agravos e administrador colonial, governador geral durante quinze anos
no Brasil, cargo designado pela Rainha Catarina, esposa de Dom João III.
Faleceu em Salvador dia 2 de março de 1572.


Nomeado terceiro governador-geral do Brasil em 1556, substituindo Duarte da Costa, chegou a Salvador em dezembro de 1557. Em sua nomeação para governador-geral, estabelecida por carta régia, o rei. d. João III concedeu-lhe amplos poderes no âmbito cível e penal, o que não ocorrera nos governos anteriores. Foi encarregado de estimular um melhor aproveitamento da terra para resolver a questão da presença francesa no Rio de Janeiro, que causava problemas relativos ao domínio e ao governo luso na colônia. Em Salvador, instalou-se no Colégio dos Jesuítas, consolidando sua aliança com a ordem de Santo Inácio. Os jesuítas foram encarregados de integrar os índios à colonização, através do aldeamento, da conversão e do ensino, que efetivaram um poderoso controle sobre as populações indígenas de várias regiões da costa brasileira. Aqueles que apresentaram insubmissão foram combatidos, como se deu nas batalhas da capitania do Espírito Santo, em que o próprio filho do governador-geral, Fernão de Sá, perdeu sua vida. Procurou dar ordem à cidade de Salvador, alertando ao rei sobre o perigo de usar degredados no povoamento da colônia. Apoiou a expedição de Brás Cubas, que saiu em busca de metais preciosos, partindo de São Vicente em 1560. A principal questão enfrentada, durante seu governo, foi o combate à invasão francesa na Guanabara, iniciada em 1555, ainda na gestão de Duarte da Costa, liderada por Nicolau Durand de Villegaignon, com apoio do almirante Coligny. Organizou uma expedição para atacar a França Antártica, sem esperar os reforços militares portugueses, e venceu temporariamente os franceses, aliados dos índios Tamoios. A permanência dos franceses levou o governo português a decidir-se pela reconquista e ocupação do território, tarefa que coube a Estácio de Sá, seu sobrinho. Em 1º de março de 1565, entre o Morro Cara de Cão e o Pão de Açúcar, foi fundada a cidade do Rio de Janeiro, transferida para o Morro do Castelo após a expulsão definitiva dos franceses. Novos embates ocorreram a partir de 1566, mas a expulsão final aconteceu somente em janeiro de 1567, tendo o governador-geral se deslocado ao lado de contingentes vindos de Ilhéus, Porto Seguro e São Vicente, para auxiliar a armada enviada por Portugal, que recebeu ainda reforço dos índios Temiminós. Estácio de Sá, seu sobrinho, morreu em decorrência de ferimentos deste último combate. Em setembro de 1570 escreveu o documento Instrumento de serviços, onde fazia uma exposição de suas realizações para a Coroa portuguesa desde que partiu de Portugal, em 1557, e solicitava seu retorno ao Reino. Governou até sua morte já que seu substituto, d. Luís de Vasconcelos, foi morto na viagem, atacado por corsários franceses. Morreu em Salvador, em março de 1572.