sexta-feira, 9 de junho de 2017

O BRASIL POR EDUARDO BUENO - Roubo, Mas Faço

postagem 51


 Você já deve ter escutado a expressão "Roubo, mas faço", mas você sabe
quem inaugurou a prática no Brasil? Anote este nome: Mem de Sá. Quando
ele chegou na Bahia, em 1557, precisou colocar ordem na casa e executou
essa tarefa com primor. Contudo, ao morrer, em 1572, ele era o homem
mais rico da colônia. Teria nosso desembargador passado a mão no
dinheiro da Coroa?

Mem de Sá foi um dos mais importantes governadores
gerais durante o período colonial, de forma que administrou a colônia no
período de quinze anos (1558 a 1572).

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Biografia

Mem de Sá nasceu em Coimbra, Portugal, por volta de
1500. Descendente de família nobre portuguesa, cursou Direito na
Universidade de Salamanca (Espanha), se formando em 1528. Exerceu a
profissão de juiz e diversos cargos políticos, desde governador de
Agravos e administrador colonial, governador geral durante quinze anos
no Brasil, cargo designado pela Rainha Catarina, esposa de Dom João III.
Faleceu em Salvador dia 2 de março de 1572.


Nomeado terceiro governador-geral do Brasil em 1556, substituindo Duarte da Costa, chegou a Salvador em dezembro de 1557. Em sua nomeação para governador-geral, estabelecida por carta régia, o rei. d. João III concedeu-lhe amplos poderes no âmbito cível e penal, o que não ocorrera nos governos anteriores. Foi encarregado de estimular um melhor aproveitamento da terra para resolver a questão da presença francesa no Rio de Janeiro, que causava problemas relativos ao domínio e ao governo luso na colônia. Em Salvador, instalou-se no Colégio dos Jesuítas, consolidando sua aliança com a ordem de Santo Inácio. Os jesuítas foram encarregados de integrar os índios à colonização, através do aldeamento, da conversão e do ensino, que efetivaram um poderoso controle sobre as populações indígenas de várias regiões da costa brasileira. Aqueles que apresentaram insubmissão foram combatidos, como se deu nas batalhas da capitania do Espírito Santo, em que o próprio filho do governador-geral, Fernão de Sá, perdeu sua vida. Procurou dar ordem à cidade de Salvador, alertando ao rei sobre o perigo de usar degredados no povoamento da colônia. Apoiou a expedição de Brás Cubas, que saiu em busca de metais preciosos, partindo de São Vicente em 1560. A principal questão enfrentada, durante seu governo, foi o combate à invasão francesa na Guanabara, iniciada em 1555, ainda na gestão de Duarte da Costa, liderada por Nicolau Durand de Villegaignon, com apoio do almirante Coligny. Organizou uma expedição para atacar a França Antártica, sem esperar os reforços militares portugueses, e venceu temporariamente os franceses, aliados dos índios Tamoios. A permanência dos franceses levou o governo português a decidir-se pela reconquista e ocupação do território, tarefa que coube a Estácio de Sá, seu sobrinho. Em 1º de março de 1565, entre o Morro Cara de Cão e o Pão de Açúcar, foi fundada a cidade do Rio de Janeiro, transferida para o Morro do Castelo após a expulsão definitiva dos franceses. Novos embates ocorreram a partir de 1566, mas a expulsão final aconteceu somente em janeiro de 1567, tendo o governador-geral se deslocado ao lado de contingentes vindos de Ilhéus, Porto Seguro e São Vicente, para auxiliar a armada enviada por Portugal, que recebeu ainda reforço dos índios Temiminós. Estácio de Sá, seu sobrinho, morreu em decorrência de ferimentos deste último combate. Em setembro de 1570 escreveu o documento Instrumento de serviços, onde fazia uma exposição de suas realizações para a Coroa portuguesa desde que partiu de Portugal, em 1557, e solicitava seu retorno ao Reino. Governou até sua morte já que seu substituto, d. Luís de Vasconcelos, foi morto na viagem, atacado por corsários franceses. Morreu em Salvador, em março de 1572.

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