Em uma mesa do Bar Amarelinho, na Cinelândia, alguns jornalistas
conversam sobre Getúlio Vargas, o Estado Novo, e a censura aos jornais
onde trabalham. Um dos jornalistas critica a propaganda do Estado Novo,
dizendo que "os energúmenos do Departamento de Imprensa e Propaganda
deviam pelo menos aprender com os russos a fazer filmes sobre as
massas". Segundo ele, "O Encouraçado Potemkin" é um exemplo perfeito de
filme ideológico. Entre os jornalistas está o jovem Alves, que quando
tenta fazer um comentário é interrompido por seus colegas mais
experientes, sempre com histórias, casos ou idéias mais interessantes.
Quando os jornalistas ficam mais exaltados, alguém logo aponta para a
direção do morro de Santo Antônio e menciona a temida Polícia Especial
de Filinto Müller. É a deixa para os ânimos se acalmarem. Um grupo de
homens mal encarados chega ao bar e ocupa uma mesa próxima à dos
jornalistas. Os homens comentam empolgados o último discurso de Hitler e
falam mal dos "comunistas". Imediatamente, os jornalistas mudam de
assunto. No dia seguinte, no Palácio Tiradentes, Alves é recebido por um
alto funcionário do DIP. Alves foi indicado para um cargo no
Departamento a pedido de seu pai, importante empresário e simpatizante
do Estado Novo, que está cansado de ver seu filho "metido com os
jornalistas de esquerda". Em seu primeiro dia de trabalho no DIP, Alves
participa de uma reunião com os chefes das cinco divisões: Divulgação,
Rádio-difusão, Cinema e Teatro, Turismo e Imprensa. Na reunião são
discutidas políticas e estratégias de cada divisão. São abordados
assuntos como: censura a jornais, filmes e peças de teatro; a mudança do
Dia do Trabalhador para Dia do Trabalho, com o objetivo de tirar o foco
do trabalhador e de suas reivindicações e fazer do dia uma festa do
Estado Novo; a programação da Hora do Brasil; a produção de cartilhas
escolares. O chefe da divisão de Cinema e Teatro conta, empolgado, como
seus técnicos fizeram uma montagem juntando uma tomada de Getúlio Vargas
dando uma tacada de golfe com uma jogada feita por um jogador
profissional. Segundo o chefe da divisão, quem vê a montagem tem certeza
de que Vargas, péssimo jogador de golfe, é um verdadeiro campeão. Alves
acompanha a reunião calado. Até que um cine-jornal sobre a festa de
Primeiro de Maio no Estádio de São Januário é exibido. Os chefes das
divisões não ficam animados com o filme e criticam sua eficiência.
Discutem, exaustivamente, qual seria o problema. Alves pede a palavra e
todos o escutam. Ele diz acreditar que o problema está na maneira como
os espectadores foram filmados. Alves comenta que os russos sabem filmar
as massas com eficiência. Segundo ele, faltam ao filme do DIP alguns
closes de espectadores no estádio, para que o público do filme tenha com
quem se identificar. Como exemplo do que está falando, Alves cita "O
Encouraçado Potemkin". Inicialmente, os funcionários do DIP não gostam
das "referências comunistas" de Alves, mas logo percebem que ele tem
razão. O chefe do Departamento dá os parabéns a Alves e diz que ele terá
um belo futuro no DIP. Mas Alves já não tem tanta certeza se realmente
virá trabalhar no Departamento de Propaganda e Imprensa. Ainda mais
quando, no fim da reunião, o chefe do departamento faz um inflamado
discurso contra a democracia. À noite, os jornalistas estão reunidos
novamente no Amarelinho, discutindo o Governo Vargas. Alves está entre
eles, e acredita que nada mudou em sua vida. Mas isso está longe de ser
verdade.
conversam sobre Getúlio Vargas, o Estado Novo, e a censura aos jornais
onde trabalham. Um dos jornalistas critica a propaganda do Estado Novo,
dizendo que "os energúmenos do Departamento de Imprensa e Propaganda
deviam pelo menos aprender com os russos a fazer filmes sobre as
massas". Segundo ele, "O Encouraçado Potemkin" é um exemplo perfeito de
filme ideológico. Entre os jornalistas está o jovem Alves, que quando
tenta fazer um comentário é interrompido por seus colegas mais
experientes, sempre com histórias, casos ou idéias mais interessantes.
Quando os jornalistas ficam mais exaltados, alguém logo aponta para a
direção do morro de Santo Antônio e menciona a temida Polícia Especial
de Filinto Müller. É a deixa para os ânimos se acalmarem. Um grupo de
homens mal encarados chega ao bar e ocupa uma mesa próxima à dos
jornalistas. Os homens comentam empolgados o último discurso de Hitler e
falam mal dos "comunistas". Imediatamente, os jornalistas mudam de
assunto. No dia seguinte, no Palácio Tiradentes, Alves é recebido por um
alto funcionário do DIP. Alves foi indicado para um cargo no
Departamento a pedido de seu pai, importante empresário e simpatizante
do Estado Novo, que está cansado de ver seu filho "metido com os
jornalistas de esquerda". Em seu primeiro dia de trabalho no DIP, Alves
participa de uma reunião com os chefes das cinco divisões: Divulgação,
Rádio-difusão, Cinema e Teatro, Turismo e Imprensa. Na reunião são
discutidas políticas e estratégias de cada divisão. São abordados
assuntos como: censura a jornais, filmes e peças de teatro; a mudança do
Dia do Trabalhador para Dia do Trabalho, com o objetivo de tirar o foco
do trabalhador e de suas reivindicações e fazer do dia uma festa do
Estado Novo; a programação da Hora do Brasil; a produção de cartilhas
escolares. O chefe da divisão de Cinema e Teatro conta, empolgado, como
seus técnicos fizeram uma montagem juntando uma tomada de Getúlio Vargas
dando uma tacada de golfe com uma jogada feita por um jogador
profissional. Segundo o chefe da divisão, quem vê a montagem tem certeza
de que Vargas, péssimo jogador de golfe, é um verdadeiro campeão. Alves
acompanha a reunião calado. Até que um cine-jornal sobre a festa de
Primeiro de Maio no Estádio de São Januário é exibido. Os chefes das
divisões não ficam animados com o filme e criticam sua eficiência.
Discutem, exaustivamente, qual seria o problema. Alves pede a palavra e
todos o escutam. Ele diz acreditar que o problema está na maneira como
os espectadores foram filmados. Alves comenta que os russos sabem filmar
as massas com eficiência. Segundo ele, faltam ao filme do DIP alguns
closes de espectadores no estádio, para que o público do filme tenha com
quem se identificar. Como exemplo do que está falando, Alves cita "O
Encouraçado Potemkin". Inicialmente, os funcionários do DIP não gostam
das "referências comunistas" de Alves, mas logo percebem que ele tem
razão. O chefe do Departamento dá os parabéns a Alves e diz que ele terá
um belo futuro no DIP. Mas Alves já não tem tanta certeza se realmente
virá trabalhar no Departamento de Propaganda e Imprensa. Ainda mais
quando, no fim da reunião, o chefe do departamento faz um inflamado
discurso contra a democracia. À noite, os jornalistas estão reunidos
novamente no Amarelinho, discutindo o Governo Vargas. Alves está entre
eles, e acredita que nada mudou em sua vida. Mas isso está longe de ser
verdade.
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