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Filmes sobre ditadura militar no Brasil
O golpe que destituiu o governo democrático do país e estabeleceu um regime de exceção que durou longos 21 anos
os filmes fazem um diagnóstico de como o cinema retratou a ditadura brasileira.
BATISMO DE SANGUE (2007) – Apesar do incômodo didatismo
do roteiro, o longa é eficiente em contar a história dos frades
dominicanos que abriram as portas de seu convento para abrigar o grupo
da Aliança Libertadora Nacional (ALN), liderado por Carlos Marighella.
Gerando desconfiança, os frades logo passaram a ser alvo da polícia,
sofrendo torturas físicas e psicológicas que marcaram a política
militar. Bastante cru, o trabalho traz boas atuações do elenco principal
e faz um retrato impiedoso do sofrimento gerado pela ditadura.
O QUE É ISSO, COMPANHEIRO? (1997), Bruno Barreto –
Embora ficcionalize passagens e personagens, a adaptação de Bruno
Barreto para o livro de Fernando Gabeira, que narra o sequestro do
embaixador americano no Brasil por grupos de esquerda, tem seus méritos.
É uma das primeiras produções de grande porte sobre a época da
ditadura, tem um elenco de renome que chamou atenção para o episódio e
ganhou destaque internacional, sendo inclusive indicado ao Oscar.
CABRA CEGA (2005), Toni Venturi – Em seu melhor longa
de ficção, Toni Venturi faz um retrato dos militantes que viviam
confinados à espera do dia em que voltariam à luta armada. Leonardo
Medeiros vive um guerrilheiro ferido, que se esconde no apartamento de
um amigo, e que tem na personagem de Débora Duboc seu único elo com o
mundo externo. Isolado, começa a enxergar inimigos por todos os lados.
Belas interpretações da dupla de protagonistas
TATUAGEM (2013), Hilton Lacerda – A estreia do
roteirista Hilton Lacerda na direção é um libelo à liberdade e um
manifesto anárquico contra a censura. Protagonizado por um grupo teatral
do Recife, o filme contrapõe militares e artistas em plena ditadura
militar, mas transforma os últimos nos verdadeiros soldados. Os soldados
da mudança. Irandhir Santos, grande, interpreta o líder da trupe. Ele
cai de amores pelo recruta vivido pelo estreante Jesuíta Barbosa, que
fica encantado pelo modo de vida do grupo.
O ANO EM QUE MEUS PAIS SAIRAM DE FÉRIAS (2006), Cao
Hamburger – Cao Hamburger, conhecido por seus trabalhos destinados ao
público infantil, usa o olhar de uma criança como fio condutor para este
delicado drama sobre os efeitos da ditadura dentro das famílias.
Estamos no ano do tricampeonato mundial e o protagonista, um menino de
doze anos apaixonado por futebol, é deixado pelos pais, militantes de
esquerda, na casa do avô. Enquanto espera a volta deles, o garoto começa
a perceber o mundo a sua volta.
PRA FRENTE, BRASIL (1982), Roberto Farias – Um homem
comum volta para casa, mas é confundido com um “subversivo” e submetido a
sessões de tortura para confessar seus supostos crimes. Este é um dos
primeiros filmes a tratar abertamente da ditadura militar brasileira,
sem recorrer a subterfúgios ou aliterações. Reginaldo Faria escreveu o
argumento e o irmão, Roberto, assinou o roteiro e a direção do filme,
repleto de astros globais, o que ajudou a projetar o trabalho.
HOJE (2011), Tata Amaral – Os fantasmas da ditadura
protagonizam este filme claustrofóbico de Tata Amaral. Denise Fraga
interpreta uma mulher que acaba de comprar um apartamento com o dinheiro
de uma indenização judicial. Cíclico, o filme revela aos poucos quem é a
protagonista, por que ela recebeu o dinheiro e de onde veio a
misteriosa figura que se esconde entre os cômodos daquele apartamento.
Denise Fraga surpreende num papel dramático.
AÇÃO ENTRE AMIGOS (1998), Beto Brant – Beto Brant
transforma o reencontro de quatro ex-guerrilheiros, 25 anos após o fim
do regime militar, numa reflexão sobre a herança que o golpe de 1964
deixou para os brasileiros. Os quatro amigos, torturados durante a
ditadura, descobrem que seu carrasco, o homem que matou a namorada de um
deles, ainda está vivo –e decidem partir para um acerto de contas. O
lendário pagador de promessas Leonardo Villar faz o torturador.
PRA FRENTE, BRASIL (1982), Roberto Farias – Um homem
comum volta para casa, mas é confundido com um “subversivo” e submetido a
sessões de tortura para confessar seus supostos crimes. Este é um dos
primeiros filmes a tratar abertamente da ditadura militar brasileira,
sem recorrer a subterfúgios ou aliterações. Reginaldo Faria escreveu o
argumento e o irmão, Roberto, assinou o roteiro e a direção do filme,
repleto de astros globais, o que ajudou a projetar o trabalho.
MANHÃ CINZENTA (1968), Olney São Paulo – Em plena
vigência do AI-5, o cineasta-militante Olney São Paulo dirigiu este
filme, que se passa numa fictícia ditadura latino-americana, onde um
casal que participa de uma passeata é preso, torturado e interrogado por
um robô, antecipando o que aconteceria com o próprio diretor. A
ditadura tirou o filme de circulação, mas uma cópia sobreviveu para
mostrar a coragem de Olney São Paulo, que morreu depois de várias
sessões de tortura, em 1978.
NUNCA FOMOS TÃO FELIZES (1984), Murilo Salles – Rodado
no último ano do regime militar, a estreia de Murilo Salles na direção
mostra o reencontro entre pai e filho, depois de oito anos. Um passou
anos na prisão; o outro vivia num colégio interno. Os anos de ausência e
confinamento vão ser colocados à prova num apartamento vazio, onde o
filho vai tentar descobrir qual a verdadeira identidade de seu pai. Um
dos melhores papéis da carreira de Claudio Marzo.
O Dia que Durou 21 Anos O documentário O Dia que Durou 21 Anos, de Camilo Tavares, mostra como os Estados Unidos colaboraram
com o golpe de 1964, que derrubou o presidente João Goulart da
presidência do Brasil.
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