indicações de livros
Gilberto Freyre
Casa-Grande e Senzala
Freyre apresenta a importância da casa-grande na formação sociocultural brasileira, assim como a da senzala na complementação da primeira. Além disso, Casa-Grande & Senzala enfatiza a formação da sociedade brasileira no contexto da miscigenação entre os brancos, principalmente portugueses, dos negros das várias nações africanas e dos diferentes indígenas que habitavam o Brasil.
Na opinião de Freyre, a própria arquitetura da casa-grande expressaria o modo de organização social e política do Brasil, o patriarcalismo. Tal estrutura seria capaz de incorporar os vários elementos que comporiam a propriedade fundiária do Brasil Colônia. Do mesmo modo, o patriarca proprietário da terra considerado dono de tudo que nela se encontrasse: escravos,
parentes, filhos, esposa, amantes, padres, políticos. Este domínio se
estabeleceu incorporando tais elementos e não de excluindo-os. O padrão
se expressa na casa-grande que é capaz de abrigar desde escravos até os
filhos do patriarca e suas respectivas famílias.
Freyre também desmistifica a noção de determinação racial
na formação de um povo, no que dá maior importância àqueles culturais e
ambientais. Com isso refuta a ideia de que no Brasil se teria uma raça
inferior devido à miscigenação. Antes, aponta para os elementos positivos da formação cultural brasileira oriundos desta miscigenação entre culturas tão distintas.
Sobrados e Mucambos
Gilberto Freyre
Publicado
em 1936, "Sobrados e Mucambos" avalia o declínio do patriarcado rural do
século XIX. Enfrequecida pelo declínio da escravidão e pressionada
pelas forças da modernidade que vem de fora, a aristocracia se vê
obrigada a trocar a casa-grande pelos sobrados urbanos, enquanto seus
ex-escravos saem das senzalas e instalam-se nos casebres de barro e palha dos bairros pobres das cidades.
Da Senzala à Colônia – 5ª edição
Emília Viotti da Costa
Neste livro fundamental, a autora demonstra que a abolição dos escravos
no Brasil representou apenas uma etapa na liquidação da estrutura
colonial, mas golpeou duramente a velha classe senhorial e coroou um
processo de transformações que se estendeu por toda a primeira metade do
século XIX. Tal processo prenunciava a transição da sociedade senhorial
para a empresarial, do trabalho escravo para o assalariado, da
monarquia para a República.
Nenhum comentário:
Postar um comentário